Os filhos da Coruja nasce a partir de um texto inédito. Um poema escrito à mão, com data de 5 de setembro de 1923 e assinado por J. Calisto, um dos muitos pseudônimos que Graciliano Ramos utilizou, principalmente no início da carreira literária, para não revelar sua autoria — ainda que já deixasse clara uma de suas principais facetas, a de um observador atento da sociedade e cultura brasileiras. Inspirado na fábula “A águia e o mocho”, de La Fontaine, Os filhos da Coruja abre espaço para leituras diversas e, em seu ineditismo, dialoga com a obra completa de Graciliano e com toda uma vasta tradição literária. Com pinturas de Gustavo Magalhães e pesquisa e organização de Thiago Mio Salla, o livro entrega o que há de melhor no autor: o caráter abertamente crítico, que revela aquilo que Antonio Candido, um dos nossos grandes intelectuais, chamaria de “pesquisa progressiva da alma humana”. Não dá para discordar.
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